Citação

"Só queria que você soubesse que tudo aquilo que aprendeu comigo não vai ser fácil de encontrar nos livros e em outros corpos sem direção... E não vai achar em nenhum lugar encaixe tão complexo assim! Quando a noite passar e tudo acabar, eu estarei aqui"
Strike

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Mais um ano...




Mais um ano que termina dando boas vindas a um ano novo carregado de expectativas e promessas de dias melhores. Uma data um tanto quanto piegas, o que já é de praxe, então nada mais sensato que um texto inspirador, para que possamos refletir sobre renovação em todos os sentidos! Acredito que nossa missão vitalícia deveria ser sempre tentar a cada dia nos tornar pessoas melhores. 

Finalize seu ano como eu, lendo esse poema SENSACIONAL de Willian Shakespeare, que me tocou profundamente e realmente me fez refletir sobre alguns conceitos perdidos e o quanto a palavra tem poder sobre nós. Não discordo de nada desse texto, pelo contrário, pregarei de agora em diante e aplicarei a minha vida. Impressionante o tanto que é compatível com nossa atual realidade. Ao me perplexar com esse fato, uma amiga me esclareceu - que o ilustre autor nada mais fala que da essência humana, uma verdade que transcende e se perpetuará enquanto existirmos como seres humanos. 

" Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança ou proximidade. E começa aprender que beijos não são contratos, tampouco promessas de amor eterno. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos radiantes, com a graça de um adulto – e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, pois o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, ao passo que o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol pode queimar se ficarmos expostos a ele durante muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe: algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e, por isto, você precisa estar sempre disposto a pedoá-la.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la; e que você, em um instante, pode fazer coisas das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e que, de fato, os bons e verdadeiros amigos foram a nossa própria família que nos permitiu conhecer. Aprende que não temos que mudar de amigos: se compreendermos que os amigos mudam (assim como você), perceberá que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou até coisa alguma, tendo, assim mesmo, bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito cedo, ou muito depressa. Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que verdadeiramente amamos com palavras brandas, amorosas, pois cada instante que passa carrega a possibilidade de ser a última vez que as veremos; aprende que as circunstâncias e os ambientes possuem influência sobre nós, mas somente nós somos responsáveis por nós mesmos; começa a compreender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que se pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se deseja tornar, e que o tempo é curto. Aprende que não importa até o ponto onde já chegamos, mas para onde estamos, de fato, indo – mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar servirá.
Aprende que: ou você controla seus atos e temperamento, ou acabará escravo de si mesmo, pois eles acabarão por controlá-lo; e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa o quão delicada ou frágil seja uma situação, sempre existem dois lados a serem considerados, ou analisados.
Aprende que heróis são pessoas que foram suficientemente corajosas para fazer o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências de seus atos. Aprende que paciência requer muita persistência e prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, poderá ser uma das poucas que o ajudará a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido: simplesmente o mundo não irá parar para que você possa consertá-lo. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás. Portanto, plante você mesmo seu jardim e decore sua alma – ao invés de esperar eternamente que alguém lhe traga flores.
E você aprende que, realmente, tudo pode suportar; que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe – mesmo após ter pensado não ser capaz. E que realmente a vida tem seu valor, e que você tem valor diante da vida."
UM 2016 DE SAÚDE, PAZ E PROSPERIDADE.

Ruth Cecily 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Somebody that I use to know!

[...] But you didn't have to cut me off
Make out like it never happened and that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough [...]

domingo, 12 de julho de 2015

Foto é vida!

A vida passa…
Numa espécie de velocidade incomum – como poderia explicar?
A velocidade da vida é lenta a ponto de nos sentirmos ansiosos pelo futuro, ao mesmo tempo tão rápida, que quando se para e pensa, muito já se passou, não percebemos seu fluxo, lá se foram horas, dias, meses, anos…
Lá se foram pessoas, amigos, amores e afins. A vida seguiu…
Mas o mais interessante disso tudo é que ainda estamos aqui e podemos reviver nossos momentos especiais quantas vezes quisermos, desde que permaneçam vivos em nossas memórias. E eu agradeço ao recurso da fotografia e multimídia, que consegue tornar visível um sentimento bom. Consegue trazer para o presente aquilo que passou, de modo gostoso e levemente nostálgico. A foto nos transmite uma força – aquela que nos impulsiona a continuar construindo nosso mundo, criando nossa própria história, registrando nossos momentos, nos faz querer sempre viver intensamente!
FOTO É VIDA!
Convido vocês, queridos visitantes, a embarcarem comigo nessa linda viagem pela VIDA! Nesse espaço especificamente a vida sob minhas lentes. Fotos que tentam capturar e transmitir momentos únicos, em ângulos tão exclusivos que os possuímos verdadeiramente uma vez – apenas em uma foto – por mais que um dia retorne à esses lugares conhecidos, com certeza será uma nova experiência, uma nova visão, um momento novo, uma nova perspectiva sob diferentes ângulos, pois a vida é dinâmica e nosso olhar é filtrado por nossas emoções, resultando em interpretações distintas para cada instante do nosso fôlego. Aparentemente complexo, mas é tão simples quanto respirar. Só queria dizer que cada foto é única, é especial, é uma de minhas grandes paixões e acredito que podemos ser pessoas mais completas quando lançamos mão delas.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

"I am Mine"

(Pear Jam)


Ok, senta aí. Vou te explicar. Sei que devia ter feito isso desde o início com a clareza que falo agora. É um defeito meu, acabei de crer. Você não é o primeiro e nem o segundo com quem eu tenho que voltar neste assunto. Acontece, meu bem, que você não é a prioridade da minha vida. Desculpa, mas esta é a realidade nua e crua. Você caiu meio de pára-quedas em um território em desenvolvimento. Chegou e fez diferença. Não só fez parte do cotidiano, como impulsionou o meu crescimento, com todas a sua experiência, gostos e ideologias. Aprendi muita coisa que encheu minha bagagem para seguir viagem, agora sem você. E isso não é porque você não me agrega mais nada. Até acho que poderia agregar, não sei. O problema é que você não entendeu que este território já tem presidente. Estava tudo ótimo enquanto você entendia que era um colaborador. Poderia até assumir a vice-presidência por mérito, mas você queria todo o controle da situação. Seus ciúmes, sua necessidade frequente de atenção, suas regras de bom relacionamento, sua mania de achar que sabe mais que todo mundo. Isso e mais um pouco foi o que me fez sacar as suas intenções. No fim das contas, o propósito era me enquadrar nos seus planos de vida e não construir um nosso, em que o consenso estabeleceria a viabilidade de um plano conjunto. Fato é que eu não estou disposta a abrir mão do meu planejamento de vida, minuciosamente pensado desde que ganhei poder para decidir lá em casa se preferia Toddy ou Nescau. Nem por você e nem por ninguém. Mas eu poderia readequar prazos, flexibilizar os meios e até mesmo contextualizar os fins, para fazer parte dos seus. Eu tomaria seus projetos como meus, em uma parceria que só geraria prosperidade para nós dois. Eu toparia servir de impulso e porto seguro pra você. Eu me disporia a lutar lado a lado, de braços dados, até quando precisasse servir de retaguarda ou de linha de frente. Mas você quis me dominar para tudo sair da melhor forma que lhe conviesse. Muita pretensão, meu amor. Minha carreira, minha vida pessoal, minha caminhada acadêmica e meus sonhos de lazer foram definidos muitos antes de você cogitar me conhecer, quem dirá fazer parte de mim. Agora, só me resta deixar os agradecimentos. Acho que todo mundo que passa na nossa vida soma em alguma coisa, mesmo quando tem a intenção de subtrair. Você não é exceção nem nisso. Obrigada, mas daqui pra frente, serei só eu, como nunca deixou de ser.

Tete Magnani

domingo, 14 de junho de 2015

Não preciso de muita coisa para ser feliz

Imagem do google

Casa na praia com uma rede calculadamente posta na varanda de frente para o mar. Uma taça de tinto suave enquanto vê os filhos correndo pelo corredor da cozinha e o cachorro brincando no quintal. Na garagem, a cabine dupla esperando pra cair na estrada com a família e tudo mais que foi conquistado, gota por gota de suor laboral. Um bom sonho de longo prazo. Pelo menos pra mim, que não tenho nem a escritura do meu quarto, paladar para destilados, mal mal um popular na garagem e a menor pretensão urgente de gerar prole. Enquanto os meios não são viáveis para concretizar esta imagem comum de felicidade, eu faço o que? Luto dia a dia, dando minha saúde como moeda de troca no meu trabalho, me privando de momentos de lazer (que serão muito gozados em alguns anos) e vendendo meus valores para a hierarquia corporativa do poder. Tudo isso em busca de uma conta bancária que me possibilite conquistar um estado de espírito pleno na meia idade. Não, pensando bem, não. É muito autossacrifício pra mim. Eu não preciso disso para garantir meu sonho de felicidade. Na verdade, eu nem tenho o sonho de ser feliz. Felicidade não é um objetivo de vida pra mim. É consequência do cotidiano. Na eterna tentativa de transferir a responsabilidade das suas vidas para fatores externos, as pessoas transformaram o sentimento em utopia. Enxergam-no como um objeto único, do qual só são dignas as pessoas adeptas do "fazer por merecer", obedecendo a valores morais e regras sociais. Caminham a vida inteira, numa obsessão insana de chegar a um destino que não existe: a felicidade absoluta e inabalável. E quando as pernas chegam à exaustão, encontram justamente o contrário: frustração, impotência e a persistente sensação de insatisfação. Não que eu não esteja suscetível a isso. Inclusive bato de frente com estes percalços emocionais o tempo inteiro. Aliás, nenhum mortal consegue fugir disso. Que bom! Porque a graça da vida é essa oscilação de estados de espírito, com altos e baixos extremos. E não quer dizer que isto nos torna meros agentes passivos das ações do acaso. Pelo contrário, quando aceitamos que não existe a invulnerabilidade ao que é negativo, encontramos uma brecha para estimular proatividade e combater com o positivo. E as armas são mais acessíveis do que todo mundo pressupõe. Elas estão penduradas na parede do cotidiano. O lance de ser feliz está em reconhecer o que te faz bem em cada acontecimento do dia a dia. Os mesmos que são banalizados sob o pretexto da rotina. São eles os responsáveis por minimizar, mesmo que ministrados em doses homeopáticas, o estrago de uma surpresa negativa. Quando se dá abertura para relaxar com um café no meio do dia, comemorar uma conquista pequena no trabalho ou rir de alguma trivialidade qualquer, não há humor perdido. Tenho orgulho de dizer que, em toda a minha vida, nunca me senti infeliz. Triste, insatisfeita, decepcionada, com certeza. Mas infeliz, não. Ainda que a minha felicidade esteja em uma casa de porão de um cômodo, com canções de violão no sofá, TV ligada no futebol das quartas e domingos, e uma barra de chocolate a tiracolo. Casas de praia, transporte tamanho família e filhos ainda são apenas adicionais supérfluos. 

Tetê Magnani

Dia dos namorados

Meu dia dos namorados! s2

Dia não somente restrito aos autointitulados “namorados”, mas sim estendido a todas as espécies de amantes, sejam unidos pelos laços matrimoniais, pelo simples conjugar de casas, ou pela amizade tão profunda que se confunde; aos amores platônicos, aos românticos incorrigíveis, aos solteiros cheios de si, mas que no fundo, às vezes bem lá no fundo, nada mais anseiam do que encontrar e viver aquele amor perfeito orgulhosamente exibido pelas propagandas de perfumarias... O dia dos namorados nada mais é que um momento de sair da rotina, uma desculpa nada mais do que justa de quebrar o monótono e viver algo diferente, algo muitas vezes único! Pode ser vivido a dois, a três, ou numa galera inteira, afinal o que vale são os vínculos verdadeiros e o desejo de que essa noite perdure para sempre! Aos eternos amantes eu desejo a noite mais maravilhosa que possa ser vivida – seja ela no mais luxuoso restaurante de pompa, num jantarzinho intimo no aconchego do seu lar, ou debaixo das cobertas curtindo preguiça em companhia de um livro, ou de uma série de TV, seja acompanhado ou sozinho mesmo, seja curtindo a “solteirice” com os amigos, seja onde e como for!

Todos nós merecemos uma quebra de rotina, e existem muitas pessoas que necessitam de um motivo pra que isso aconteça, por isso não acho prudente desvalorizar essa data, mesmo os solteiros inconformados, pois tenham certeza de que é o movimento proveniente dela que proporciona oportunidades e faz com que o estresse acumulado se dissipe, além de plantar uma sementinha dentro dos nossos corações nos mobiliza em busca da felicidade.

Ruth Cecily

sábado, 16 de maio de 2015

Terapia de Marmanjo NOVIDADES!

Terapia de Marmanjo de cara nova!
Mais ousado, mais divertido, mais interessante e inteligente. Sem dúvidas muito mais gostoso de ler e acompanhar. 
Um blog de personalidade e novas perspectivas! 

Enjoy!



sábado, 9 de maio de 2015

Moralista não, SENSATO!



Opinião, personalidade, decisão...
Essenciais para a definição do caráter.
Mesmo assim, mesmo quando detemos tudo isso: opiniões formadas, decisões certas, personalidade única, e ainda insistimos em fazer o que muitas vezes não queremos, ou queremos mas sabemos que não é prudente.
Esse é o assunto em pauta de hoje!
Influências, muita insistência ou até mesmo pura obrigação, são os motivos mais comuns que nos levam à ações que não condizem com nossos desejos muito menos com quem somos. 
A questão é: PORQUE FAZEMOS ISSO?
Necessidade de aprovação alheia? Autopromoção? Ego ferido? Um orgulho a ser alimentado? Necessidade de atenção? Ou pura carência?
Motivos talvez não faltem para justificar desvios de caráter momentâneos, mas uma coisa deve estar bem clara - não devemos fazer disso um hábito, afinal de que vale viver no erro? Algumas vezes tudo bem, para nos mantermos sempre jovens, mas onde está o equilíbrio e o bom senso? São as nossas atitudes que revelam quem realmente somos, uma vez que apenas Deus conhece nossos corações, e o que os outros conhecem é aquilo que transmitimos ser. Não nos deixemos influenciar por aquilo que não condiz com os nossos valores. Vamos levar a vida leve, positivamente, semeando aquilo que gostaríamos de colher no futuro. 

Esse discurso não é moralista, bem, pelo menos não deveria ser visto dessa maneira. A definição dele se aproxima do que seria o mais sensato, sendo as sugestões neste texto escritas, uma forma mais humana de evitar magoar-se e ao outro. 


Ruth Cecily

Troco meu bolo de casamento por um brigadeiro de panela



Não gosto de glacê e nem de pasta americana. Apesar de ser muito bonito, elaborado e personalizado, sempre peca no sabor. Também não tenho louça de porcelana de luxo para fazer jus à essa perfeição estética. Sem contar o preço que estes engenheiros da confeitaria cobram pra levantar dois andares de isopor e um de bolo de verdade. E, mesmo assim, acaba sendo muita coisa pra duas pessoas. Minha geladeira é de solteiro e não cabem os restos. Ah, e sequer tenho espaço no móvel da sala para colocar os noivinhos, reproduzidos à minha semelhança em cabeções de biscuit. Em compensação, tenho um armário satisfatório de panelas, que suportaria tranquilamente empilhar mais uma. Ela teria um lugar reservado de fácil acesso para eu ter em mãos sempre que fosse receber uma visita credenciada a esquentar meu pé gelado, embaixo de um edredom em dia chuvoso. Desconheço alguém que não se renda a um brigadeiro nesta circunstância. Eu não só me rendo, como troco, sem pensar duas vezes, o meu futuro bolo de casamento por porções vitalícias de leite condensado com Toddy e manteiga. Ainda mando vestido de noiva, decoração da festa e convites de brinde para quem quiser entrar no negócio. Não me entenda mal. Não é que eu abomine casamentos. Só acho que o 'felizes para sempre', que segue o 'pode beijar a noiva', não é uma verdade absoluta. Cansei de ver solidão em casais oficializados pelos votos do matrimônio e união exemplar em outros, julgados por viverem na informalidade social. Mesmo sabendo que existem exceções (e este texto não é para elas), nunca fui adepta a fórmulas. Para mim, valem mais as experiências curtas e intensas, do que a estabilidade duradoura e fria. Essas mesmas, entre duas pessoas, que ficam cada vez mais escassas quando as regras do Manual de Instruções para Casados entram em vigor. Uma tarde de inverno, TV ligada na Sessão da Tarde e uma panela de brigadeiro quente para dois. Simplicidade que agrada ou trivialidade que irrita. Depende de quem interpreta. Desculpem-me os especialistas em bolos de casamento, mas, para esta solteira aqui, vocês jamais conseguirão superar o toque do chocolate queimando a língua de quem não aguentou esperar pra lamber a colher. Não há frutinhas exóticas, recheios com ingredientes selecionados ou uma massa leve como algodão doce que tire o meu prazer de detonar uma panela cheia de brigadeiro. Porque o que faz dele especial é justamente o fato de que poucos e simples itens são o necessário para produzir aquele sabor sensacional, degustável com prazer por todo mundo. Na minha concepção, ele é a incorporação gastronômica de como deve ser o amor. Fundamentado na essência de quem o compõe e não na estética do produto final, ostentável em redes sociais e mesas de almoços familiares. Seja dividido entre namorados, amigos coloridos, enrolados, ou quaisquer outros dentre os infindáveis tipos de relações, ele é a representação da única coisa que mantém os amantes conectados: o sentimento puro e cru. Função que uma aliança dourada e um contrato não têm conseguido desempenhar perfeitamente bem. E daí se ele tem potencial para ser efêmero? Quem se dispõe a degustá-lo tem a garantia de que fará bom proveito até a última colherada. Não importa a quantidade. Além do mais, a graça do brigadeiro está aí. Ele não sobra. Sempre é feito na medida para faltar e provocar reencontros. Mas não reencontros obrigatórios por imposição ou por consciência. Quem volta para mais panelada, volta porque quer. Sem neuras e sem responsabilidades. Volta porque curtiu a essência e não porque precisa da convenção. Simplória, eu? Talvez. Hum... Eu diria também: econômica, prática e um tanto egoísta, mas sonhadora. Afinal, que mulher não faz planos para o tão esperado dia de suas vidas? A diferença é que o meu troca o altar por uma viagem histórica pela Alemanha, bancada com os muitos reais que seriam gastos na recepção dos convidados. Acompanhada ou sozinha, não importa. Seria como uma lua de mel comigo mesma, mas menos doce que mel, e tão afrodisíaco quanto um casual e simples brigadeiro. 


Tetê Magnani

domingo, 26 de abril de 2015

Sobre a vida e a felicidade...






"A vida não tem definição - ela simplesmente é um milagre, independente da forma como ela se apresenta"
(adaptado de S.O.S Mulheres ao Mar)

Como é a vida...
Ela se sente no direito de determinar quem vai cruzar nossos caminhos, quem vai mexer com nossos corações... Mas não é a vida que nos guia. Nós guiamos nossa vida. É uma equação simples: ela lhe proporciona as oportunidades e você desfruta delas, da maneira que lhe convém. As vezes enxergamos essas oportunidades, outras não, algumas passam tão despercebidas que nem são consideradas como oportunidades, e outras são recusadas por livre e espontânea vontade. Mas sabemos de fato como viver nossa vida?! Será que sabemos aproveitar ao máximo a oportunidade que nos é concedida a cada minuto do nosso fôlego, a simples possibilidade de viver pelo grande milagre que é existir?! Reflexão complexa. 

Cada um acha sua maneira de viver, muito de acordo com sua personalidade, pelo desejo de liberdade ou por pressão, mas cada um é obrigado a estabelecer como viver e sobreviver! E julgar o modo de viver do outro já é de praxe, um tanto quando contraditória, no entanto não é algo condenável, afinal, por mais que sejamos todos iguais baseados no princípio biológico, de espécie, existem cabeças e cabeças, e reproduzindo o velho ditado - cada cabeça uma sentença... Não deve haver um clichê mais sensato que esse. Acredito que cada um, naquele seu modo individual de ser e viver nada mais busca do que sua auto-satisfação, um projeto torto em rumo a felicidade eterna.

Hoje aprendi que não existe uma fórmula mágica para se alcançar a felicidade. E nunca saberemos se somos realmente felizes, mas devemos sempre nos permitir à alegria de tentar!  


Ruth Cecily


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Desculpa, mas eu não sou sua princesa



Não uso coroa, não tenho um castelo e não pretendo me casar. Os filmes da Disney, que eu assistia quando era criança, só serviram pra me fazer ter certeza que eu não queria ser aquela figura patética que vê a vida passar em cima de uma torre. Na verdade, nem se eu quisesse, eu seria. Você deveria ter sacado quando viu que não me pareço esteticamente com uma. Enquanto você me esperava todos os dias com cabelo milimetricamente moldado em gel e roupas de marca exalando a melhor fragrância Dior, eu aparecia sem unha feita, cabelo seco ao vento e sem uma base no rosto. Não tenho tempo, dinheiro e nem disposição para mudar isso. Prefiro sair na rua igual uma mendiga atropelada por um bode para ter mais uma hora de sono, especialmente no inverno. Prefiro torrar meu dinheiro comendo o suficiente para não conseguir andar pelos próximos 30 minutos, do que fritando minha cabeça literalmente em um secador e metaforicamente com fofoca de salão. Sim, comia igual a uma vassala, inclusive na frente dos seus convidados. E ostentava com louvor meus culotes conquistados com duras semanas de quebras de dieta com chocolates de todas as espécies. Mas era melhor do que quando eu cismava de cozinhar um prato para comemorar alguma data comercialmente memorável e você esboçava, em semblante contraditório, o quanto tinha gostado. Eu nunca serei a Cinderela que sua mãe espera pra você. Além de não saber cozinhar, não domino a arte de varrer, não sei a diferença entre marca de sabão em pó, e minhas roupas saem mais amarrotadas do que antes de eu me dispor a passar. Ah, e tem a sua mãe! Vocês dois entravam em consenso com frequência ao meu respeito, não é?! Poderiam até me chamar para a discussão. Eu concordaria em grande parte, especialmente com o tópico que falava da minha falta de meiguice. Hoje, ofereço até provas. O quadro rosa que você me deu para pendurar no meu quarto preto e branco não sumiu. Eu dei ele de presente de 15 anos pra uma prima distante. Ah! Lembra do Fofinho, cachorro de pelúcia que você me deu já batizado? Eu chamava ele de Ares, quando você não estava perto. E quando sua mãe vinha me mostrar fotos suas de infância? Eu me segurava para não zoar seu cabelo ridículo que ela penteava ao estilo Zacarias, e me limitava falsamente a "Que gracinha! Parece um anjinho nessa versão miniatura! Tomara que nosso filho seja assim (e cresça longe de você)". Nunca vou esquecer quando ela ouviu o meu primeiro 'Puta que pariu!', dito com a boca cheia porque a TV parou de pegar na hora da reportagem sobre o Centenário da I Guerra Mundial. Soltei mentalmente um “puta caralho” quando soube que o filho duma quenga do seu primo tinha chutado a porra do fio daquela merda de televisão. Ainda bem que ela não lia mentes. Se lesse, travaríamos uma disputa telepática sobre o politicamente correto que ela defende e que eu, simultaneamente, abomino. E não foi uma reação desproporcional. Você sabe que eu adoro guerra. Até tinha que esconder os DVDs do “Bastardos Inglórios” e “Operação Valquíria”, pra me convencer a ver P.S Eu te Amo! E não me venha com hipocrisia. Embora reclamasse que eu tratava as nossas D.R's como estratégias de combate, adorava o cessar fogo, que só fazia explodir o que tinha sobrado de nossa integridade física. No dia seguinte, ainda quando você estava dormindo, eu levantava pé ante pé, para fazer o que encabeça minha lista de coisas indispensáveis: meu trabalho. Sim, o que paga mal e que ocupa meu tempo disponível para colher flores no bosque pra você. Mas o mesmo que me dava poder no inicio do mês de torrar o meu dinheiro sem te dar satisfação. Meu bem, eu não tenho vocação pra cuidar da casa e usufruir do salário alheio. Até porque, você não entenderia, como nunca entendeu, a minha necessidade de gastar metade dele com ingressos de jogos de futebol e não com lençóis de fio egípcio pra nossa cama. E não aceitava tampouco que o estádio é a minha independência do mundo, e que, se você não estivesse na arquibancada do meu lado, não ia receber a atenção que esperava. Da mesma forma que cobrava mais que monossílabos quando eu estivesse lendo uma análise esquerdista das eleições ou de mais um projeto de lei absurdo prestes a ser votado no Congresso. Fato é que você nunca aceitou muito bem a ideia de que a hipótese da aprovação da redução da maioridade penal me deixava mais apreensiva do que a de você sair com seus amigos depois de brigar comigo por algum motivo idiota. Bem que eu poderia recusar o seu convite para passar férias em Miami, para ficar aqui, na rua, com bandeiras em punho sem hora pra voltar pra casa. Não tinha jeito de dar certo mesmo. E a minha responsabilidade nesse desfecho de insucesso não é o fato de eu saber que não era a princesa que você achava e não ter te contado. A minha culpa é por não ter reconhecido que eu que não queria um príncipe. Eu queria o cavaleiro sem sangue azul. Que chega sujo em casa depois de um dia de trabalho. Que entende o que eu quero dizer, sem censurar minhas palavras. Que acha minha pipoca de microondas a melhor de todos os tempos. Que não enxerga minhas estrias e é autossuficiente para não precisar dos meus serviços de casa. Que tem espírito de luta e segura minha mão na batalha contra o conformismo. E, especialmente, que não acredita em estereótipos e muito menos em contos de fadas.

Tetê Magnani

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Quando a paixão bate na porta.




É muito difícil encontrar palavras que possam descrever o surgimento de uma paixão. A sensação de estar apaixonada/o não deve ser um sentimento novo pra ninguém, mas confesso que há muito não sabia do que se tratava. Como maneira de defesa, talvez, nos colocamos numa redoma, onde ninguém pode ter acesso ao que se passa em nossa mente nem no coração, apenas o lado de fora é exibido, o divertido, tudo aquilo que não tem problema de ser transmitido para os outros. E aquela necessidade carnal é sempre suprida em festas, eventos sociais casuais, viagens, nada de muita relevância sentimental.

As coisas se complicam quando você se depara numa situação no qual toda sua estrutura, até então sólida, se mostra abalada e a ponto de sucumbir. São gestos simples, o convívio no dia a dia que aos poucos faz seu coração amolecer e sentimentos congelados começam a derreter como neve diante do fogo. É, no primeiro momento, assustador! "Será que é isso mesmo? Não, é só mais um truque ordinário do destino. Devo alimentar minhas esperanças? Não, só vou sofrer e me decepcionar mais uma vez. Vale o risco? Não, melhor continuar incompleta/o, porém me divertindo...". Nossa como nossa mente é programada pra infelicidade! Tudo não, não, não! A simples possibilidade de um SIM é devastadora. E assim o tempo vai passando, e cada vez mais as coisas se complicam para o coração aflito... Digo com certeza que SEMPRE VALE O RISCO, afinal o que seria da nossa vida e escolhas sem a atitude de tentar? Acreditar em si mesmo, ter fé nas pessoas e buscar a felicidade - não é nada fácil, mas surpreende pela simplicidade, trata-se apenas de coragem! O SIM dá medo, mas se permitir é o mínimo! 

"Tão natural quanto a luz do dia."
Charlie Brown Jr.

Ruth Cecily

quinta-feira, 9 de abril de 2015

A razão para você ainda não ter encontrado sua alma gêmea...



...É simples: ela não existe. E não é porque ela ainda não nasceu, ou porque vocês não se encontraram, ou porque ela está com outras prioridades no momento. Ela não existe agora, não existiu no passado e nem vai existir no futuro. Desculpe desiludir o seu lindo sonho de infância de conhecer a pessoa predestinada para você desde outras encarnações. As teorias de alma gêmea, amor da vida, pé e sapato, metade da laranja e tampa da panela foram criadas para transferir para o tão atarefado Deus mais uma responsabilidade que o ser humano se acha incapaz de cumprir sozinho: encontrar outro que o faça feliz. 

Com fórmulas prontas tudo fica mais fácil. Basta esperar que o destino coloque em sua vida o alguém que vai aceitar todos os seus ataques de stress matinais, achar sexy o seu desleixo com a aparência, conviver bem com sua mãe emocionalmente instável e que não vai ligar de percorrer a distância do Oiapoque ao Chuí para te ver. Aliás, ele vai amar fazer isso, afinal estamos falando de um sentimento incondicional. Ninguém sabe de onde, como e porque veio, mas sabe que as partes afetadas serão felizes para sempre por causa dele. 

Você está perdoada de ter acreditado nesta história até completar seus quinze anos, quando usou um vestido em formato de bolo para se sentir a Cinderela no seu baile. No dia seguinte, quando acordou e percebeu que não existiam abóboras, sapatinhos e castelos, já deveria ter caído na real de que esta teoria é falha. Você nunca achou estranho o fato de o príncipe ter pedido a Cinderela em casamento apenas baseado em um pequeno instante de troca de olhares? Ou de o Phillip ter acreditado em três fadas, que o usaram como bode expiatório para limpar a merda que fizeram, enfrentando um dragão para salvar uma conhecida camponesa que pegou no sono? E de o príncipe da Branca de Neve ter se apaixonado a ponto de beijar um cadáver só porque cantarolou com ela uma cantiguinha barata de amor? Não? Pois procure um psicólogo.

Enquanto nas mãos de Walt Disney, eles são os estereótipos desta teoria de alma gêmea, na vida real eles não passam de um carente desesperado para casar, um bobo influenciável e um necrófilo. Eu, pelo menos, correria maratonas de distância dos três. Esta incondicionalidade não faz o menor sentido para mim. Porque o 'gostar' e o 'não gostar' são consequências. Eles só podem existir se houver motivo/condição. Eu não gosto de jiló porque é muito amargo e gosto de chocolate ao leite porque é doce na medida aceitável do meu paladar. Para gostar de pessoas é a mesma coisa. É necessário conhecer. Eu não confiaria em alguém que se declarasse apaixonado por mim sem antes se assustar com meus defeitos ou admirar minhas qualidades. Um cara desses se desapaixonaria e arrumaria outra com a mesma facilidade. O conceito de personalidade cairia por terra. Pra que ter particularidades pessoais se elas não são quesitos de atração? É mais prático todos seguirem um padrão. 

Nesta história toda de alma gêmea, existe tampouco o que eu acho fundamental em relacionamentos: o poder de escolha. Ora, e se o destino simplesmente resolve que o amor da minha vida é um serial killer de esposas, ao estilo Barba Azul? Eu teria que aceitar e esperar pela minha morte? Não, meus amigos. Se tem uma coisa da qual eu não abro mão é de optar pelo que acho melhor para mim. Gosto de ser a senhora da minha vida ao invés de deixar meus planos nas linhas escritas de um livro imaginário. Avalio prós e contras, vantagens e desvantagens, bônus e ônus, qualidades e defeitos e o que mais for preciso para me envolver com alguém. E isso não quer dizer que faço tudo de forma racional. Meu coração, ou sei lá que parte de mim é responsável pelo 'gostar', é seletivo por natureza, de acordo com o ambiente em que vivo, a educação que tive, a cultura na qual estou inserida. 

E o melhor nisso tudo é que este poder de escolha endossa uma das maiores convicções que tenho: ninguém é insubstituível. Ninguém é bom o suficiente para não ter seu lugar ocupado por outro. As pessoas são diferentes. Ainda bem! Suprem e faltam em coisas diferentes. Relacionamento é feito por duas pessoas (que me perdoem pela generalização os mais modernos) e o resultado nunca é igual. Ou seja, se você juntar o vermelho com o amarelo, o produto será laranja. Mas, embora seja o mesmo vermelho, quando misturado com o azul, o resultado será outro. Ainda bem também! Porque viver em um mundo monocromático é chato, sem graça, não te permite formar bagagem e evoluir em sequência. 

O que falta, na minha mera opinião de solteira, mas convicta, é as pessoas tomarem as rédeas de seus planos e irem a campo de batalha para executá-los. Sair da inércia de esperar que os outros, divindades, estrelas, o destino ou o universo definam desfechos em suas vidas. É não esperar, como dito nas primeiras linhas deste texto, o alguém que lhes faça feliz, mas conquistar o alguém capaz de tornar sua luta diária mais prazerosa.

Tetê Magnani

terça-feira, 31 de março de 2015

MENOS RÓTULOS, MAIS SENTIMENTO


Relacionamento deveria vir com informações explícitas sobre seu uso. Uma espécie de tabela nutricional com a descrição fiel da quantidade de ciúme, carência, mau-humor, manias, racionalidade, passionalidade e demais fatores inerentes a seres humanos em convívio. Logo ao lado, para que a correlação fosse feita de forma prática e sem deixar dúvidas, uma lista dos ingredientes usados para chegar ao produto final: número de ligações diárias, o tanto de ex-namorados solteiros, dose de saídas com amigos, disposição financeira para gastar em encontros, estimativa de DR's permitidas, e a proporção de foda selvagem e sexo com amor. Na frente, a quantidade em meses que irá durar, para ser acompanhada junto com a embalagem transparente que não deixa dúvida de que a relação já está no final. Em cima, o nome do fabricante, afinal a procedência é fundamental, considerando que um fornecedor pode arrasar com uma compra pelo simples fato de não querer entregar o produto conforme o combinado. E bem no meio, ocupando 90% do espaço restante, uma foto tratada em última versão do Photoshop para convencer que, mesmo se as calorias ofertadas de encheção de saco forem mais altas que o disposto pelas partes a consumir, vale a pena tentar pelos olhos verdes e o sorriso safado.
Isso garantiria o fim do sofrimento, das noites mal dormidas, dos nós na garganta, das explicações de término para familiares e um novo rótulo para você: o de eterno mal comido. E quando eu uso este termo, não me refiro só a sexo e nem ao gênero feminino ou qualquer outro que não goste de meter. O mal comido é qualquer pessoa que está eternamente insatisfeita com relacionamentos, porque deixa de viver a essência para burocratizar o sentir. Para ele, importa menos o produto que está sendo adquirido e mais o rótulo social que estampa os perfis do Facebook numa tentativa de afirmar a boa compra. É aquele que cresceu, não desacreditou em contos de fadas e estabeleceu como um dos principais objetivos de vida recrutar alguém para ocupar o posto de príncipe/princesa.
Com o encarte em mãos, naturalmente esta categoria é atraída pela primeira impressão do belo, depois é que o custo-benefício é pesado. Nesta segunda etapa, levantam-se informações como vida útil, função, se é de primeira ou segunda mão e demais especificidades da vida do indivíduo que nunca correspondem à realidade. Uma seleção superficial de pretendentes, baseada em opiniões de ex e potenciais consumidores. E é aí que está o erro, pelo menos na minha concepção. Nada de conhecer o outro a fundo, indo in loco e abusando do empirismo dos encontros sem compromisso. Nada de test-drive! O mal comido paga para ver. E paga caro pelo título de casado e, em breve, pelo de divorciado.
Você, assim como eu, provavelmente deve conhecer alguém que troca de namorado(a) igual troca de roupa e nunca entende porque suas relações não vão para frente. Sou capaz de apostar que antes de atestar se o outro tem atributos íntimos em tamanho nano, cicatrizes adquiridas em alguma briga por ciúmes, ocorrência por pequeno furto,ou nome vitalício no SPC, esta pessoa já está se imaginando sendo feliz para sempre deitada de conchinha assistindo Domingão do Faustão e comendo uma pizza. Antes de a massa do bolo, feita com todos os ingredientes que ela considera ideais, ficar pronta, ela já está escolhendo a fôrma social para padronizar o relacionamento! O resultado é um bolo bonito para impressionar os amigos no Instagram, mas com um gosto horrível suportado pelo casal até quando o estômago aguentar. 
Eu pergunto: qual é a lógica disso? As pessoas se dispõem a viver relações infelizes para se encaixar em um padrão de felicidade social. Para mim, esta é a maior incoerência do ser humano do mundo contemporâneo, onde, teoricamente, temos liberdade para sermos quem quisermos. Eu sou adepta ferrenha da abolição dos rótulos. Um status de enrolado, amizade colorida, namorado, noivo, casado, divorciado ou o diabo à quatro, nunca foi e nunca será capaz de descrever o que é o meu sentir. Porque estas coisas não são mensuráveis, são apenas vividas. Sou militante do relacionamento sem compromisso, aquele que acontece porque existe sintonia, química e desejo. Em que não há regras e responsabilidades moralmente aceitáveis, senão as que ambos instituem em consenso. Circunstância na qual o sentimento não tem limites, escalas ou barreiras que não sejam o respeito e a consideração.
Eu sou a favor do descompromisso com tudo que burocratize o que é para ser sentido. No meu relacionamento ideal, os encontros semanais seriam substituídos pelos encontros motivados pela vontade de ver o outro. As comemorações de datas comerciais e aniversários seriam deslocadas no calendário para os dias em que ambos estivessem dispostos a fazer alguma coisa de diferente simplesmente porque deu vontade. As alianças e flores seriam trocadas pelo conforto de um abraço em um momento ruim. Os encontros com os amigos seriam menos demonizados e mais frequentes. Os sonhos individuais, quando não pudessem ser vividos junto, seriam incentivados e apoiados, sem gaiolas ou podas egoístas e vaidosas.
Particularmente, não tenho a menor pretensão de assumir um relacionamento sério por um bom tempo. Acredito que este será o meu posicionamento até que alguém me prove o contrário. A receita é simples, se dispor a me conhecer a fundo, sem pressões e padrões. Errar erros reais e não pisar em ovos para corresponder a um perfil. Pagar pelas qualidades e pelos defeitos, com o que vier de brinde. E estar ciente que, se não for o que EU espero, não terá lugar na minha prateleira, afinal, eu só confio na garantia atestada pelos meus próprios sentidos.
Tetê Magnani

quinta-feira, 12 de março de 2015

Procura-se um amor acostumado a tomar danoninho sem colher


Costumo dizer que tudo nessa vida tem uma utilidade. Das melhores às piores experiências, sempre é possível tirar algum proveito em termos de aprendizado. Você não podia nem imaginar, por exemplo, que a sua luta quase que diária para tomar aquele danoninho sem colher, que te fazia lambusar todo antes de ir pra escola, era um treinamento intensivo para promover orgasmos múltiplos femininos. O mesmo se aplica às gelatinas de copinho das festinhas de aniversário colocadas ali por mães práticas, porém sensatas, que queriam ver as noras sendo felizes na posteridade. Aaaaai, os diplomados nesta prática... Deveriam andar com o certificado pendurado no pescoço para facilitar a seleção de bons partidos de cama. Quantas decepções não poderiam ser evitadas? Muitas! Sim, passamos horas dolorosas, pelo menos de 15 em 15 dias, mantendo a depilação perfeita para homens que são incapazes de nos presentear com uma chupada, no mínimo, digna de compensar o dinheiro gasto. E não me venha com esta história de que esta não é a parte principal do sexo. Se você é do tipo que desce para o play e só brinca em um brinquedo, não me convoque para a próxima vez. A arte da boa chupada deveria ser instituída por lei como obrigatoriedade para ser apreciada sem moderação. O segredo do sucesso? Bem mais simples que o imaginado. Assim como tudo que se faz na vida, depende mais de duas coisas do que de talento nato: "fazer com gosto" e treino. O mundo do oral, com o perdão do trocadilho, não admite nada 'meia boca'. E quem gosta de fazer parte dele, contribui para a humanidade com maestria. Mas os que se dispõem a melhorar a técnica merecem de Prêmio Nobel a um lugar no Olimpo. Cobaias não faltam, eu garanto. Mulheres conversam entre si e deixam escapar detalhes do sexo. Como uma boa chupada é unanimadade entre elas, se o cara for bom, acaba funcionando como um imã. Só que pra isso, velhos ensinamentos dos filmes pornôs de quinta que ele assite devem ser excluídos para sempre do seu Manual de Práticas do Pseudo-comedor. O desejado título de fodão não virá com chulas lambidinhas, ou com a tentativa de cavar um buraco até o Japão, ou tocando insistentemente a campainha na expectativa que atendam mais rápido. A boa recompensa para um sonoro "Me chupa!" ao pé do ouvido é um serviço caprichado e sem restrições. Aquele que nos faz contorcer ao primeiro toque de uma língua quente e molhada em cada área a ser explorada. Aquele que faz arrepiar com o contato das mãos passando pelo corpo. Aquele que deixa as pernas trêmulas, enquanto varia os movimentos entre suavidade e intensidade. Aquele que nos faz esquecer o mundo lá fora em meio à sinfonia de nossos gemidos. Aquele que nos faz buscar nos cabelos dele, entrelaçados em nossos dedos, apoio para não perder o controle, que já foi perdido há muito tempo. Ai, ai! Sim, meu amigo, este é dom do PhD em não precisar de uma colher pra buscar a última gota de danoninho do pote. A diferença agora é que ele é recompensado com aplausos calorosos de uma platéia insandecida. O próximo passo, ele sabe fazer bem...


um excelente autor!