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Por Tetê Magnani
Uma vez me perguntaram: com a gente é
"tudo e todos"? Eu disse que sim, sem pensar muito bem no que aquilo
significava. Só hoje fui entender o que é ser "tudo e todos" por
alguém. Não estou falando de amor, porque o amor é só uma parte disso. Amar,
amo pessoas, meu cachorro, meu apartamento, meu trabalho. Talvez o amor seja o
precursor daquilo que possa vir a ser o "tudo e todos" por alguém,
mas seu sinônimo, jamais. É muito mais do que nutrir a vontade louca de estar
perto, de sentir o cheiro, o gosto da pele, ouvir a voz, conversar, sorrir
junto, passar o resto da vida sob o mesmo teto. É mais ser do que sentir. É
estar sempre disponível para ser porto seguro, largar o que estiver fazendo
para dar colo e socorrer em qualquer situação que seja. É ser o maior
incentivador dos projetos pessoais do outro, a mão que falta para construir
sonhos que não são seus. É ser sua melhor versão e querer aprimorar o que for
necessário porque o outro merece seu melhor. É ser bom conselheiro ou apenas
bom ouvinte, dar espaço com confiança ou puxar pro peito e apenas confortar. É
ser entregue de corpo e alma, abrindo mão de quaisquer outras pessoas, porque
você tem tudo que precisa bem ali. É ser entendedor dos valores, crenças,
cultura e tradições do outro e apenas respeitar, sem julgamentos. É ser
sensível às feridas do outro ou ao que pode machucá-lo, e blindá-lo quando
necessário. É ser mergulhador das profundezas do outro, conhecer o que estiver
à mostra e respeitar o tempo do que está oculto, aceitando a hipótese de que
aquilo possa nunca vir à tona. É ser cúmplice, mentir para os amigos sobre o
motivo do não-comparecimento na pelada ou ajudar a enterrar um corpo. É se doar
inteiro para ser a metade que faltava para o outro. É ser alheio a todo o
resto, ir contra "tudo e todos" se for preciso, porque o que importa
está aí, com quem importa. Você nunca sabe se já foi "tudo e todos"
por alguém até encontrar o alguém que te faz sentir isso. Um belo dia você tem
um insight e, a partir daí, você apenas sabe. O problema é que não basta só
você sentir, tem que ter a tal da reciprocidade para aquilo virar uma puta
história de um casal foda que ganha o mundo. Senão, vira só mais uma história
de frustração pra contar bebendo vodka em uma mesa de bar, como muitas por aí.
Talvez o segredo dos casais felizes seja esse: ter encontrado o seu "tudo
e todos" nessa imensidão de "nada e ninguém".
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