"5
exercícios mentais para deixar o bumbum durinho". "O segredo natural
para fazer as estrias serem expelidas pelo xixi". "Alga das cavernas
profundas do Rio Nilo colhida em lua minguante de ano bissexto para acabar com
as rugas". "Emagreça até 20kg com a dieta usada por Maria no
pós-parto de Jesus".
Iiih,
já passei da idade de acreditar que revistas têm alguma credibilidade! Prefiro
seguir os conselhos da Mônica aos que estampam as tantas manchetes das bancas.
Na verdade, quem me conhece bem sabe que não sou fã de conselhos e, por mais
que às vezes até peça uma opinião, no fim das contas vou fazer o que já estava
pensando mesmo.
Não
é que eu seja egocêntrica ou individualista. Eu só tenho a plena convicção de
que ninguém sabe melhor de mim do que eu mesma. Nem pai, nem mãe, nem parceiro,
nem amigo e muito menos um bando de editoras que pautam sua ideia de beleza em
um protótipo de mulher supostamente desejável de forma enlouquecida pelos
homens. Aliás, eu sempre achei uma contradição tremenda que uma revista
feminina concentre tantos esforços no sexo oposto.
"Como
conquistar o homem dos sonhos?" Pedindo pra ele descer das nuvens e
conversando com ele de igual pra igual, talvez? Não! "Evite comer massas
antes do encontro para a barriga não ficar estufada. Dedique sua tarde à
academia, por via das dúvidas. Depois vá para casa, esfolie a pele para ficar
bem macia, escolha sua melhor roupa, capriche na maquiagem, escove o cabelo,
esteja pronta no horário, elogie tudo que ele fizer, sorria independente de
qualquer coisa, banque a boazinha e, no final, transe dependurada no lustre do
quarto de motel." Fala sério! Ser vaca de leilão dá menos trabalho pra ser
escolhida.
A
questão que sempre me vem à cabeça é que nunca me perguntaram como EU me sinto
em relação a mim mesma. E se eu quiser sair pro encontro com o fulano usando
meu jeans batido, rosto lavado e meu cabelo de todo dia? E se o cara for um
completo imbecil e eu falar isso pra ele? E se a comida do restaurante para
onde ele me levou estiver horrível e eu sugerir de a gente comer um dogão na
esquina? Não posso porque vou estar assassinando a Barbie e seus sonhos de
dominar o mundo com seu estilo plástico e osso?
Um
cara que me dispensasse por eu não seguir este modelo de mulher perfeita
estaria me fazendo um elogio. Ser perfeita deve ser muito chato e eu odeio
imaginar a hipótese de que possa estar matando alguém de tédio. Na verdade, dá
até pra usar isso como teste de masculinidade. Afinal, homem com selo do
Inmetro não assusta com estria, não broxa com celulite e não repara em culote.
Homem certificado gosta de mulher e ponto.
Antes
de terminar o texto, só queria deixar um conselho, afinal, não sou boa de
seguir, mas sou boa de dar (sem duplas interpretações). Se algum dia você tiver
que escolher entre ser uma mulher Barbie ou Mônica, lembre-se que, embora
baixinha, dentuça e gordinha, a Mônica nunca precisará dividir suas roupas com
o Cebolinha.
Tetê Magnani
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