Citação

"Só queria que você soubesse que tudo aquilo que aprendeu comigo não vai ser fácil de encontrar nos livros e em outros corpos sem direção... E não vai achar em nenhum lugar encaixe tão complexo assim! Quando a noite passar e tudo acabar, eu estarei aqui"
Strike

terça-feira, 26 de julho de 2011

A lenda da encantadora mocinha e do príncipe saco


Essa lenda conta como foi a primeira noite da mocinha com o novo príncipe de sua vida, como começou, como terminou e porque não continuou - essa parte ficou para livre interpretação dos leitores. Apesar de ser uma lenda, dizem por aí que é baseada em fatos reais!

Tudo aconteceu numa noite, taxada como "especial" para a marinheira de primeira viagem no assunto.
Mocinha é como ela é vista nessa lenda, pois até estar na companhia efetiva do tal príncipe, ela estava aparentemente ingenua, e com grandes expectativas de um novo e maravilhoso futuro.

No início daquele dia, passava por sua cabeça as diversas incertezas, algumas suposições, desejos - nada ocultos - e pensamentos acompanhados de um pouco de ansiedade.

Para sustentar a perfeição que deveria ser aquela noite, três fadas madrinhas a ajudaram a se arrumar para a tal "noite especial". E realmente, as fadinhas realizaram sua magia: a mocinha estava como uma boneca de porcelana, corada, fofinha, dentro de um vestido preto, que a apertava um pouco, mas esbanjava charme, meias finas pretas e uma sapatilha 37, discreta e confortável - ela seria uma grande aliada naquela noite. Uma fita preta com bolinhas brancas deu o tom, o toque final. Ela estava pronta.

Sem mais delongas, foi levada por seu amoroso pai ao seu primeiro destino: o castelo onde morava o jovem príncipe que a convidara para o baile, para que fossem juntos. Ela reluzia expectativas e não escondia seu radiante sorriso, demonstrando de forma clara, porém sutil, a tamanha felicidade por estar ali.

Lá chegando, foi muito bem recebida por todos os moradores do castelo, inclusive pelo príncipe. Ele não precisou se esforçar nem um pouco para mostrar o quanto era um rapaz preocupado com o bem estar das pessoas. Ofereceu do seu banquete à mocinha, que gentilmente recusou, pois ela estava perfeitamente bem naquele momento, e nada a poderia retirar desse estado tão prazeroso...

Não sabia bem o que lhe aguardava, tinha uma simples ideia distante, nada concreto, mas de uma coisa ela tinha certeza: aquele príncipe seria dela aquela noite.

Saíram na carruagem real, o principe, seu fiel tio e a mocinha. Chegaram ao baile, relativamente cedo, pois o grande salão ainda estava vazio. Sentaram-se numa mesa discreta, porém não escondida, do lado direito do grande salão. O local estava tão perfeitamente decorado que realmente era possivel se sentir naquele contexto de época: Itália renascentista.

Os tres trocavam prosas agradáveis de experiencias mundanas diversas, quando de repente chega, o antigo "mocinho" daquela mocinha, que apenas ela, naquela mesa, tinha consciencia disso. Ela se sentiu, de certa forma contente e satisfeita, por estar na companhia de outro cavalheiro, que não fosse ele, que diga-se de passagem, a esnobara num passado recente, mesmo depois de tudo que aconteceu entre eles...

Nada disso importava mais, o importante agora era apenas seu novo acompanhante, sua nova e até então desconhecida aventura que estava aos poucos de aventurando, cada vez mais.

A mocinha foi convidada para dançar, pelo principe, que se apresentou animado, porém sem jeito algum para a coisa. A mocinha compreendeu e tentou ignorar tal fato. Ela tinha a impressão de que ele fazia tudo para agrada-la e ou impressiona-la. Ela não gosta muito disso... Mas foi irrelevante.

Entre passos e descompassos nessa noite de doce luar, finalmente a terceira pessoa presente se ausentou por alguns minutos. Minutos esses suficientes para que o príncipe encontrasse toda a sua coragem. E num gesto singelo e repleto de amor e desejo, envolveu a mocinha com tal ardor, que ambos se tornaram um só, em questão de segundos! Foi um momento lindo... Lindo de se ver...
[...]
Então a mocinha conseguiu tudo que mais queria naquela noite - o beijo apaixonado no príncipe encantado, que acabou se encantando pela mocinha. Na carruagem, no caminho de volta a realidade, foi o momento certo para o toque final, o ápice de toda noite, o clímax, a melhor parte, o início de um fim que traria a tona o começo de uma nova história. 

Lá estava o príncipe, de nobre coração valente, que se perdeu no meio de seios fartos, braços largos, boca sedutora e olhos adoráveis. 
Lá estava a mocinha, agora nomeada por direito - donzela, que se acalentava num pescoço aconchegante e se perdia em meio de tantos anseios.

A noite ainda era uma criança!
[...]
Essa história, caros amigos, teve um fim interessante... A donzela inexplicavelmente desapareceu pela floresta, ela se sentia numa solidão misteriosamente confortável e tranquila. Sentia-se bem, perdida daquele príncipe. Vai ver ele era um saco, digo, um sapo! Mulheres são iguais em qualquer tempo e lugar! O príncipe, por sua vez, prosseguiu sua vida como antes, pacata e sem grandes novidades. Ele ainda aguarda, no fundo, o retorno da encantadora donzela. E a donzela ambiciona sorrateiramente por ser enfeitiçada por uma nova e exitante paixão.